Biodiesel para autocarros
A Câmara Municipal de Coimbra tem um projecto para converter os óleos alimentares usados - cujo destino não é controlado - em biodiesel destinado à frota municipal de autocarros, disse o director do Departamento do Ambiente.
"Se pensarmos nos hospitais, nas cantinas da Universidade e nos restaurantes, são milhares de litros de óleo que diariamente vão para a Estação de Tratamento de Águas Residuais ou para o aterro sanitário", declarou Veiga Simão.
O responsável admite que "não há forma de fazer o controlo" do destino dado ao óleo alimentar utilizado nas frituras e que este pode ser utilizado na produção de biodiesel.
Misturado com o gasóleo, o biodiesel "representará uma poupança no combustível" gasto pelos autocarros dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), acrescentou.
O director do Departamento do Ambiente da Câmara de Coimbra frisa que o projecto está na autarquia há cerca de um ano e não avançou por "falta de empresas licenciadas" nesta área.
"Há já algumas empresas a operar que me contactaram, há algum tempo, mas não pudemos estabelecer parcerias, porque não estavam devidamente licenciadas", disse.
Esta semana, a empresa "Space" começou a produzir biodiesel a partir de óleos alimentares usados, recolhidos pela empresa de valorização de resíduos "Revolta", com quem tem parceria, disseram à Lusa dois dos seus responsáveis.
Segundo Ricardo Mota, sócio-gerentes da "Space", o licenciamento foi autorizado há cerca de duas semanas e envolveu o Ministério do Ambiente e o Instituto Nacional de Resíduos.
"A autorização que nos foi dada permite-nos vender o biodiesel a empresas de transportes de passageiros", acrescentou Ricardo Mota, referindo que a produção está a ser efectuada em Vila Nova de Famalicão.
A recolha está a ser feita nas escolas de Sintra, referiu o director da "Revolta", Luís Pereira Nunes, sublinhando que o processo está ainda em fase de arranque.
Em Coimbra, o projecto que se encontra na autarquia prevê o levantamento da quantidade de desperdícios de óleos alimentares produzidos em cantinas e hospitais, bem como o destino dado a esses resíduos, disse Claúdia Mendes, uma das coordenadoras do projecto, ligado à AREAC - Agência Regional de Energia e Ambiente do Centro, que integra várias autarquia, incluindo Coimbra.
O sistema de recolha proposto abrange hospitais e escolas, mas pode também incluir os restos dos óleos utilizados nas habitações.
Licença Obrigatória
O director do Departamento do Ambiente da Câmara de Coimbra sublinha que "até para fazer o depósito dos óleos é preciso estar licenciado". Na opinião da Provedora do Ambiente e Qualidade de Vida de Coimbra, Helena Freitas, a autarquia, "enquanto entidade pública, não pode promover uma iniciativa sem enquadramento legal". "Tem de haver uma categorização dos óleos e o enquadramento legal, senão é uma balda", afirmou a bióloga, admitindo que "não há controlo nenhum sobre o destino dado" a este tipo de resíduos
1 Comments:
Caro Pedro Martins, como estás?Houve mudanças de visual e gostei. Falta ainda os links....
Estou a publicar uma série de reflexões e artigos no meu blog sobre eficiência energética, apoio às energias renováveis. Comparece.
Ainda bem que existem Mulheres como a Profª Helena Freitas:)( propus o nome dela para o Premio 1000 Mulheres paraa Paz).
Um abraço
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