Central energética nos molhes do Douro
O Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos está a estudar a instalação de uma central de energia no final de um dos molhes do Douro. A ideia é aproveitar o potencial energético das ondas que "poderá colocar o Porto na rota da tecnologia internacional".
A construção dos Molhes do Douro vai permitir a criação de uma central de energia com o aproveitamento das ondas. O projecto está a ser estudado pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM) e, segundo o secretário de Estado das Obras Públicas, Jorge Costa, poderá ser protocolado "a curto prazo" com a Enernova, empresa do grupo da EDP especializada em energias alternativas.
A construção da central ficará a cargo do IPTM e deverá ser feita ao mesmo tempo em que se procede aos trabalhos de edificação do molhe da zona norte, do lado da cidade do Porto. Como explicou o presidente do instituto, Eduardo Martins, o equipamento poderá ficar instalado na última secção do molhe. Depois, caberá à Enernova o desenvolvimento de todo o processo, nomeadamente nas questões relacionadas com a produção e comercialização da energia. O resultado final permitirá "colocar Portugal e o Porto na rota da tecnologia internacional", acentuou o membro do Governo.
A central de energia faz parte de um vasto projecto que visa maximizar as potencialidades dos Molhes do Douro, estrutura que também terá espaços de lazer que poderão ser aproveitados pela população. Um cenário que será realidade em Junho de 2006, de acordo com os prazos estabelecidos e tendo em conta que o acto de consignação à empresa Somague/Irmãos Cavaco SA, o consórcio responsável pela empreitada, foi realizado ontem, podendo agora as operações começar.
A ideia com sete anos teve um "parto difícil", como admitiu Jorge Costa, mas será fundamental na consolidação da barra e, consequentemente, no desenvolvimento turístico. "No ano passado, subiram o Douro mais de 170 mil passageiros. Com esta obra vão ser criadas condições para que isso se processe com mais segurança", aludiu.
Impacto ambiental
O projecto de construção dos Molhes do Douro mereceu também preocupação em termos ambientais. Mesmo assim, ainda existe quem avise, nomeadamente o hidrobiólogo Adriano Bordalo e Sá, para os problemas que pode vir a causar, nomeadamente no que concerne a uma eventual poluição das praias de Vila Nova de Gaia. Tanto o secretário de Estado, como o presidente da autarquia gaiense, Luís Filipe Meneses, estão tranquilos relativamente a essa questão. Hoje, garantiu o governante, "é possível assegurar que todos os cuidados do ponto de vista ambiental e paisagístico foram tomados. Esta obra vai ter o mínimo de prejuízos e uma inserção paisagística que vai permitir que quem esteja no Passeio Alegre continue a ver o Cabedelo". Menezes concorda: "A opinião do professor Bordalo e Sá é respeitável, mas depois há o estudo de dezenas de pessoas. Por que razão a opinião de uma pessoa isolada pode colocar em causa o estudo de dezenas de pessoas?".
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