sexta-feira, novembro 26, 2004

Combustível do futuro na Lua
A fusão nuclear que se espera ser a energia do futuro usará hélio-3 que se encontra no nosso satélite
Embora continuamente adiada, como esta semana aconteceu com mais um prolongamento da escolha do local da instalação do reactor experimental de fusão nuclear ITER, mais tarde ou mais cedo, a energia de fusão nuclear, aquela em que a fusão de dois átomos de hidrogénio permitirá a obtenção de energia inesgotável, limpa e barata, será uma realidade para os tempos futuros.
Trata-se de imitar na Terra o processo que ocorre no interior das estrelas, sendo vista como a solução para os problemas energéticos do Mundo. Contudo, por paradoxal que isso possa parecer, e a isso não estarão isentos os grandes interesses das petrolíferas mundiais, não tem existido o investimento e o interesse político de desenvolver toda a tecnologia necessária, existindo uma verdadeira "guerra" entre a União Europeia e os Estados Unidos, apoiando estes a colocação do ITER no Japão em detrimento da instalação em França. Isto, dizem alguns analistas, por a França sempre se ter oposto à intervenção norte-americana no Iraque.
Seja como for, quando a energia de fusão nuclear for uma realidade, muitos cientistas dizem que em vez do hidrogénio, será utilizado hélio-3, um isótopo do segundo elemento da tabela periódica que, contrariamente ao hidrogénio é muito raro na Terra, porém abundante na Lua. Quando o rápido fluxo de partículas emanado do Sol colide com a Lua, deposita na sua superfície enormes quantidades de hélio-3, como o verificaram os vários astronautas das missões "Apollo". Como o hélio-3 poderá com vantagem substituir o hidrogénio nas reacções de fusão, muitos reclamam que é necessário ir à Lua para trazer o elemento que daria para produzir, durante milhares de anos, a energia necessária para todos os fins da humanidade. Por isso, não é de admirar que vários departamentos de universidades norte-americanas estejam preocupados com a forma de obter e transportar para a Terra este precioso combustível. Assim, a prestigiada Escola de Minas da Universidade do Colorado e o Instituto de Tecnologia de Fusão (FTI) da Universidade de Wisconsin, estão a trabalhar em projectos que permitirão a recolha e o transporte do hélio-3.
Para o antigo astronauta e geólogo Harrison Schmitt, agora investigador no FTI, o equivalente a uma carga simples de um vaivém espacial carregado de hélio-3, seria suficiente para prover toda a energia que os Estados Unidos necessitam durante um ano. Segundo o antigo astronauta-cientista da "Apollo 17" disse ao JN, "isto pode parecer ficção científica, mas é uma realidade para os próximos anos, levando a que os Estados Unidos revejam a sua política de exploração da Lua e do Espaço Exterior". Isto poderá também ir de encontro às intenções manifestadas durante o primeiro mandato de George W. Bush, que anunciou um forte interesse na retoma da exploração da Lua. Mas, para já, nada está definido em concreto.
A Lua será, no próximo ano, motivo de estudo por parte da sonda "Smart-1" da Agência Espacial Europeia. Certamente, os próximos tempos, com a crescente demanda de novas formas de energia, levarão homens e máquinas de novo ao nosso satélite.

3 Comments:

At 4:57 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Muito interessante. Mas trata-se de uma energia altamente "concentracionária", e com este projeto do hélio-3 ainda o fica mais. Só um país extremamente rico pode ir à Lua buscar o hélio-3 de que necessita para o seu reator. Só um reator de fusão bastará para fornecer energia a todo um país. Resultado: todo o funcionamento de um país fica dependente de uma só instalação energética e, pelos vistos, dependente também de alguns carregamentos ocasionais de hélio-3 vindos da Lua. Os quais qualquer país típico terá de comprar a quem puder fazê-los, alienando assim totalmente a sua independência.

 
At 6:10 da tarde, Blogger Vitor R da Costa said...

Desenvolvimento Sustentável e Energia: o Desafio Português.

A Secção do Desenvolvimento Sustentável do Partido Socialista, em colaboração com a Secção da EDP e apoio da Juventude Socialista, irá realizar no dia 14 de Dezembro próximo, pelas 21,30h, na FAUL, sita na Rua S. Pedro de Alcântara n.º 81, em Lisboa, uma sessão de debate, aberta a independentes, sob o tema: "Desenvolvimento Sustentável e Energia: o Desafio Português", presidida pelo Deputado Pedro Silva Pereira.

Será estimado o impacto da Proposta de Directiva da Comissão e do Parlamento - COM (2003) 739 final, relativa à redução da factura energética nacional - sobre a economia portuguesa e abordadas sugestões de adequação.

Desenvolverá o tema o Eng.º Lívio Honório, especialista em Utilização Racional de Energia e autor de publicações diversas sobre o assunto, seguindo-se debate.

Cremos que a sua presença é importante para o debate que se pretende promover. Contamos, por isso, com a sua participação activa neste evento para o qual, desde já, a/o convidamos.

Aceite os nossos melhores cumprimentos e as nossas cordiais saudações socialistas.

O Secretário-Coordenador da SDS
Vítor M Ramos da Costa
(visite o nosso site http://www.ps-sds@blogspot.com)

 
At 8:02 da tarde, Anonymous Anónimo said...

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