sábado, outubro 25, 2003

Dois mil Aerogeradores para Portugal

Entre 1500 a 2000 geradores de energia eólica deverão ser instalados em
Portugal nos próximos sete anos, para que 39 por cento da electricidade seja
produzida através de fontes renováveis
, estimou à Lusa o investigador Álvaro
Rodrigues, do Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial.
"Em 2010, o sistema eléctrico nacional terá de passar dos 10.000 megawatts
actuais para 14.500", disse o investigador. Este crescimento deverá ser
concretizado sobretudo através das energias renováveis, para Portugal cumprir a
directiva comunitária para a promoção de electricidade a partir de fontes
renováveis.
Na prática, será preciso instalar, em seis anos, 3750 megawatts de renováveis.
"Actualmente instalamos cerca de 50 a 60 megawatts por ano. Para chegarmos ao
3750, teríamos de instalar a um ritmo de 500 megawatts por ano", precisou o
investigador.
Certo é que entre 1500 a 2000 aerogeradores terão de ser instalados em Portugal
nos próximos sete anos. Tudo isto, admitiu o investigador, "vai notar-se na
paisagem, mas não tanto como na Alemanha ou na Dinamarca".
A este propósito, Álvaro Rodrigues lembra que a instalação de parques eólicos
nem sempre é uma questão pacífica. "O processo de licenciamento ambiental de um
parque eólico é penoso. Por um lado queremos evitar a poluição, mas não podemos
pedir que se instalem aerogeradores onde não há vento. Há uma grande
dificuldade de compatibilidade ambiental. Sempre se levantam algumas vozes
quando há intenção de instalar um parque eólico num determinado local",
comentou o universitário.
"[A instalação de aerogeradores] pode marcar a paisagem, mas é uma opção de
política energética que Portugal tem de tomar. As alternativas seriam construir
novas grandes barragens ou importar petróleo para queimar. Mas temos o
Protocolo de Quioto para cumprir", sublinhou.
Encarando as energias renováveis como um "benefício" para o país, Álvaro
Rodrigues admite, contudo, que não é viável pensar-se que no futuro todos os
portugueses consumam electricidade gerada a partir de fontes renováveis. "A
intermitência do vento não o permite, por exemplo. E ninguém prescinde da
segurança das fontes de abastecimento. Ninguém quer ficar sem frigorífico ou
sem ver televisão", exemplificou

Parques Eolicos - Incentivos

Vai ser publicado "em breve" um despacho conjunto dos ministérios do Ambiente e
da Economia que desbloqueará 100 milhões de euros para agilizar os
licenciamentos de parques eólicos. Esta uma das garantias ontem dadas pelo
ministro da tutela, Amílcar Theias, no Parlamento. A criação da autoridade
nacional para a água do consumo humano e a reforma do regime jurídico das
contra-ordenações ambientais foram outras. Todas "para breve" e acompanhadas de
um desabafo do ministro de que espera "que o conselho de ministros as aprove".
A Oposição bradou que basta de promessas e que o "apagamento" do ministério na
política nacional é o mais visível da tutela.
Pela segunda vez no Parlamento desde que tomou posse, foi um ministro
visivelmente nervoso que, da tribuna, afirmou aos deputados que as apostas do
seu ministério serão "as energias renováveis em programas de economia
energética, a melhoria da rede de transportes não poluentes e a eficiência
energética dos edifícios".
Na intervenção inicial do debate, Amílcar Theias admitiu ainda que a "emissão
dos efeitos de estufa ter-se-á agravado em 2001 colocando-nos 9% acima do valor
que nos seria permitido atingir em 2012". Quanto a este desrespeito assumido do
Protocolo de Quioto,a Esquerda criticou o ministro por não ter apresentado
soluções para mudar a situação.
Pedro Silva Pereira, do PS, chegou a responsabilizar o primeiro-ministro pela
fraqueza do ministério do Ambiente, mas o período de debate começou com José
Magalhães a criticar o ministro por este ter referido no seu discurso que por
estar na Assembleia tinhafaltado a uma cerimónia de assinatura de um protocolo.
"Sei que o senhor ministro tem lapsos recorrentes mas é absolutamente
incompreensível que um membro do Governo se dirija assim ao Parlamento",
afirmou o deputado do PS. O episódio obrigou à rápida intervenção do ministro
dos Assuntos Parlamentares. Marques Mendes esclareceu a câmara que o
agendamento do debate foi posterior ao da cerimónia.

sábado, outubro 18, 2003

Rendimento elevado,
impacte ambiental reduzido


O consórcio formado pela Siemens e pela Koch vai fornecer à EDP a nova central termoeléctrica do Ribatejo, localizada no Carregado em terreno contíguo à existente.
A central cujo primeiro grupo de produção deverá estar operacional no ínicio de 2004, consistirá numa instalação de ciclo combinado a gás natural com uma capacidade instalada de cerca de 1200 MW.
A nova central terá uma eficiência energética superior a 57% o que representa uma melhoria substancial face aos valores conseguidos através das tecnologias clássicas de produção e adicionalmente uma melhor
performance ambiental.
O projecto está avaliado em aproximadamente seiscentos e cinquenta milhões de euros, será desenvolvido em regime de "chave-na-mão" e na primeira fase serão instalados dois grupos geradores com uma potência de
400 MW cada.Um terceiro grupo poderá ser adjudicado em regime de opção e tem data agendada para início de operação industrial o ano de 2006.
Esta nova central vem consolidar e reforçar a presença da Siemens no sector energético português, marcado no passado pela construcção da primeira central de ciclo combinado a gás natural, na Tapada do Outeiro concluída em 1999, contribuindo assim decisivamente para a renovação do parque produtor nacional.



1ª Grande Central Termoeléctrica do Grupo EDP no sistema não vinculado, entrará em serviço no início de 2004

sábado, outubro 11, 2003

A energia das ondas
Uma inovadora e gigantesca estação de energia das marés vai ser instalada em águas portuguesas.



Trata-se de um sistema de aproveitamento da energia das marés, denominado Archimedes Wave Swing (AWS). Consiste, sumariamente, em uma campânula que vai oscilando devido à diferença de pressão decorrente da variação da altura das ondas, a qual está ligada a um gerador. Não se trata, pois, de uma central éolica submarina ainda que tenha algumas semelhanças com aqueles equipamentos.



A empresa holandesa dona da obra planeia instalar o gerador de ondas em águas territoriais de Portugal, ao largo de uma das freguesia de Póvoa de Varzim, mas no final de Outubro de 2002 os equipamentos encontravam-se ainda no porto de Leixões porque não fora ainda instalado ao contrário do previsto (falharam duas tentativas de o afundar).

Este sistema era para ter sido instalado primeiramente a apenas 4 km de Viana do Castelo, mas foi posteriormente transferido para a zona da Póvoa.

O site do projecto é http://www.waveswing.com/waveswing/index.html

quarta-feira, outubro 01, 2003

PILHAS DE COMBUSTIVEL


PORTUGAL já dispõe da sua primeira pilha de combustível a hidrogénio. Baptizada Lucis (luz, em latim) e com pouco mais de 25 centímetros quadrados de área e uma espessura inferior a um centímetro é capaz de produzir entre 2 e 12 watts de energia eléctrica, consoante a membrana PEMFC (Proton Exchange Membrane Fuel Cell) utilizada no seu fabrico.

Acopladas em unidades de quatro células, com um peso de 200 gramas, estas pilhas de combustível poderão substituir, a prazo, uma bateria convencional de seis quilos, abrindo as portas a uma multiplicidade de utilizações: carrinhos de golfe, iluminação para câmaras de vídeo, cadeiras para pessoas deficientes, veículos industriais eléctricos e um grande número de aplicações móveis. A autonomia de uma pilha de combustível deste tipo é de 60 horas, ao contrário das 10 horas de uma bateria tradicional.

«Criámos condições para produzir estas pilhas em Portugal a custo interessante, o que representa umpasso em frente, pois deixamos de estar tão dependentes do exterior», na opinião de Campos Rodrigues, administrador da SRE - Soluções Racionais de Energia.

Este verdadeiro «salto» no tempo da SER foi conseguido quando a empresa foi à Suíça contratar Rui Neto, o primeiro português a preparar um doutoramento sobre pilhas de combustível. Rui Neto esteve cerca de um ano na Universidade de Zurique e no laboratório PSI, onde colaborou no protótipo do Volkswagen Bora, alimentado a pilhas de combustível («fuel cell»), apresentado no último Salão Automóvel de Genebra. «A tecnologia do automóvel do futuro vai ser esta, com hidrogénio extraído do etanol ou do metanol. Este tipo de pilhas poderá funcionar durante 3000 ou 5000 horas, o que equivale a quatro ou cinco anos de vida do automóvel», frisa Rui Neto.

«Com a colaboração do Rui Neto, arrancámos imediatamente com as nossas próprias células, emboramantenhamos uma ligação à PSI, como consultores», acrescenta Campos Rodrigues.

As próximas etapas passam pelos testes a realizar no INETI (Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial) e pelo desenvolvimento de produto a cargo do INEGI (Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial). Em Abril de 2003, a SRE estará presente numa feira internacional em Hannover, na Alemanha, onde apresentará os seus primeiros protótipos e potenciais aplicações.

«Esta tecnologia é-nos acessível, pelo que contamos pôr no mercado, em 2004, pilhas de combustível por 150 euros e competir com as baterias», revela Campos Rodrigues. Posteriormente, a empresa vai avançar para fontes de alimentação de 200 watts. «A evolução vai ser muito rápida e a nossa aposta é estar entre as primeiras empresas a entrar no mercado», acrescenta. As pilhas de combustível desenvolvidas pela SRE podem ser alimentadas a hidrogénio sob forma gasosa (obtido, por exemplo, a partir de energias renováveis) ou de um pequeno reactor de boro-hidreto de sódio, igualmente desenvolvido em Portugal.

A empresa já iniciou contactos com potenciais fabricantes nacionais da caixa e outros componentes das pilhas de combustível. Apenas continuarão a ser importadas as membranas ou catalizadores (produzidos por três empresas norte-americanas) e o boro-hidreto de sódio, proveniente de fornecedores italianos. O valor de incorporação nacional situar-se-á entre os 60 e os 70%. Paralelamente, deverá ser assinado, até ao fim do ano, o contrato de arranque dos projectos de pilhas de combustível no âmbito do consórcio EDEN - Endogenizar o Desenvolvimento das Energias Novas (já aprovado pelo POE), que reúne diversas empresas dos grupos EDP, Autosil e Efacec, além da própria SRE (coordenadora do consórcio) e envolve instituições como o INETI, o INEGI e o Instituto Superior Técnico.

Comunidade Portuguesa de Ambientalistas
Ring Owner: Poli Etileno  Site: Os Ambientalistas
Free Site Ring from Bravenet Free Site Ring from Bravenet Free Site Ring from Bravenet Free Site Ring from Bravenet Free Site Ring from Bravenet