domingo, novembro 30, 2003

Porto vai ter autocarros movidos a hidrogénio a partir de Janeiro

O Porto é uma das nove cidades da Europa que vão iniciar em Janeiro uma experiência-piloto com autocarros movidos a hidrogénio. Os veículos, com capacidade para 70 passageiros, terão uma autonomia de cerca de 200 quilómetros e poderão atingir uma velocidade máxima de 80 quilómetros por hora.

«Trata-se de uma tecnologia nova, que se prevê venha a ser uma das principais soluções ao nível ambiental a médio prazo», afirmou ontem Rocha Teixeira, do Departamento de Projectos e Estratégia da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP). As principais vantagens desta tecnologia são a ausência de poluição ambiental e a utilização como combustível do elemento mais abundante no universo. «Do tubo de escape destes autocarros não sai fumo, apenas vapor de água», frisou Rocha Teixeira.

O projecto CUTE - Clean Urban Transport for Europe, aprovado pela União Europeia em Novembro de 2002, prevê a circulação em serviço público de três autocarros com célula de combustível abastecida a hidrogénio em cada uma das nove cidades seleccionadas. Além do Porto, participam nesta experiência, que vai decorrer até finais de 2005, as cidades de Amesterdão, Barcelona, Estocolmo, Estugarda, Hamburgo, Londres, Luxemburgo e Madrid. No caso do Porto, os autocarros vão circular na linha 20, que Rocha Teixeira salientou ter sido escolhida por ser «uma linha central, difícil ao nível do trânsito e muito exigente no traçado, com algumas subidas acentuadas».
Este responsável acrescenta que, em termos de segurança, «estes veículos não têm nenhum problema», sendo até «mais seguros do que os que têm motor a diesel». Quanto aos utentes, a principal diferença que sentirão prende-se com a redução do ruído.

Os três autocarros chegam ao Porto no próximo mês, de forma a poderem começar a circular em Janeiro, mas a estação de abastecimento de hidrogénio já está montada e equipada na Estação de Recolha de Francos.

A experiência com veículos movidos a hidrogénio surge na sequência da estratégia que a STCP tem vindo a desenvolver nos últimos anos, tendo como objectivo a utilização de combustíveis menos poluentes. A empresa tem em circulação 175 autocarros a gás natural, a segunda maior frota da Europa a seguir a Malmoe, na Suécia

sábado, novembro 15, 2003

Reproduzo a entrevista ao Prof. António Sarmento Director do Wave Energy Centre acerca das potencialidade da energia das ondas e sua aplicação em Portugal

A energia das Ondas representa teoricamente a maior fonte de energia renovável na Terra. Qual a razão para a qual este tipo de energia esteja na retaguarda em termos de produção de energia através de fontes renováveis?

Existem vários motivos para este facto. Em primeiro lugar os estudos começaram de raiz em 1974, não havendo antes grande suporte técnico-científico, pelo que as pesquisas não têm mais de 30 anos de existência. Em segundo lugar é uma tecnologia que tem bases muito diferentes de outras. Pensando na energia Eólica, também existiram grandes dificuldades tecnológicas apesar de ser uma tecnologia relativamente simples, já que existiam turbinas e geradores, centrando-se os maiores problemas nas questões estruturais e de fadiga.

No início dos anos 70 houve um interesse pela construção de sistema eólicos experimentais em Portugal. Na energia eólica assim como na energia solar foi possível iniciar estudos com sistemas relativamente pequenos e de “baixo custo”. Isto não foi possível com a energia das Ondas, constituindo um dos principais motivos de atraso.

No caso da energia das Ondas existe uma relação entre a dimensão dos dispositivos de extracção e o comprimento de onda. Um comprimento de onda entre 100 e 150 metros leva à construção de uma estrutura de grande dimensão. Por outro lado estas estruturas têm que ser robustas de modo a resistirem ao impacto das ondas. Por outro lado, por se tratar de um fenómeno ondulatório, estes dispositivos são mais complexos tecnologicamente, sendo necessários grandes investimentos - um projecto completo (desde os estudos preliminares até a fase de implementação) é da ordem dos 15 milhões de Euros. A energia das Ondas é uma tecnologia que não pode começar por ser um projecto pequeno.

Actualmente estamos numa fase de viragem. Houve uma fase inicial, de 1975 a 1980, que passou por desenvolvimentos teóricos, ensaios em laboratório e modelos numéricos, a que se seguiu na década de 80 a construção dos primeiros protótipos. Contudo só na década de 90 foram construídos protótipos que obtiveram algum sucesso. Após cerca de 30 anos de investigação e desenvolvimento surgiram quatro tecnologias diferentes que atingiram a fase de central piloto com testes no mar, o que revela uma ter a energia das ondas atingido uma fase de alguma maturidade. Os próximos anos vão ser decisivos e vão mostrar qual ou quais destas tecnologias têm potencial para prosseguir o desenvolvimento. É claro que outras tecnologias de aproveitamento de energia das ondas estão em fases mais atrasadas de desenvolvimento e poderão atingir entretanto a fase de construção e teste no mar de central piloto.


E em Portugal? Qual é o panorama actual? Temos projectos-pilotos. E os resultados têm sido atractivos economicamente? Já existem centrais de produção a funcionar. Estará ainda em fase muito académica?

Em Portugal existem dois exemplos avançados: o Pico e o AWS. Relativamente ao projecto do Pico, este arrancou em 1994, financiado pela Comunidade Europeia, pela EDA (Electricidade dos Açores) e pela EDP, e mais tarde pelo Governo Português. Numa primeira fase iniciou-se a construção das infra-estruturas e numa segunda fase a construção e instalação do equipamento. A central do Pico foi uma central que nunca entrou em funcionamento contínuo como unidade produtora de energia, tendo funcionado apenas em períodos de ensaios experimentais. Isto deve-se a diversos problemas, não ao nível do projecto da central, que está bem concebido, mas de equipamentos acessórios (válvulas, entre outros) que foram mal concebidos, comprometendo o funcionamento da central.

O acesso à central é outro factor que atrasa muito todo este processo, apenas no Verão é possível proceder a verificações ou reparações que são programadas com intervalos de quase um ano. Isto porque tudo tem de ser programado a partir do continente inclusivamente a deslocação de equipas de pessoal especializado para as obras de reparação.

Outra grande dificuldade tem sido o financiamento. Os encargos foram muito maiores do que o previsto, criando um “desgaste” das empresas investidoras. Houve por isso a necessidade de criar condições para dar resposta às dificuldades referidas. Felizmente neste ano de 2003, foi criado o Centro de Energia das Ondas (WEC – Wave Energy Centre) que agrupa um conjunto de empresas e instituições, entre os quais o IST e o INETI, e onde foi possível encontrar um grupo de entidades interessadas em reactivar o projecto do Pico, como a EFACEC, a Consulmar e a empresa Irmãos Cavaco. A EDA e a EDP integram, igualmente, o Centro e contribuem também neste esforço de recuperar a central do Pico. Muito recentemente foi apresentada uma candidatura de financiamento ao POE (Plano Operacional da Economia) e temos esperanças que dentro de breve a central esteja de novo operacional.

Quanto ao AWS, que é um dispositivo submerso, foi desenvolvido por uma empresa holandesa, a AWS B.V., em colaboração com diversas entidades, entre as quais o IST. Existe uma central piloto ancorada no porto de Leixões que deverá ser submergida ao largo da Póvoa de Varzim. A operação de submersão (que deve ser feita de forma controlada para evitar um impacto excessivo quando a unidade chegar ao fundo do mar) é mais complexa do que se pensava, não tendo permitido instalar o dispositivo em 2002. No ano de 2003 foi desenvolvido um novo método que deverá permitir submergir a central piloto em 2004, se entretanto os problemas de ordem financeira forem resolvidos, como esperamos.

sábado, novembro 08, 2003

Quando em 1973 o Mundo sofreu o primeiro grande choque energético, com reflexos na comercialização do petróleo, tornou-se evidente que este passava a ser uma arma importante capaz de condicionar as economias. Por isso, logo nessa altura se acentuou a necessidade de encontrar uma alternativa capaz de manter a dinâmica de mobilidade que entretanto se adivinhava entre os povos e que se acentuaria até finais do século XX.

Diversas soluções alternativas começaram a ser pensadas, os construtores desenvolveram projectos da mais diversa ordem, mas, foi na redução dos consumos dos motores a gasolina e gasóleo que imperou a solução imediata. Hoje, contudo, o sonho do carro a hidrogénio já deixou de ser uma utopia e, aqui bem ao lado, na vizinha Espanha, até já está instalado o primeiro complexo de produção desta fonte de energia, o terceiro da União Europeia.

O Petróleo suplantou o carvão – grande impulsionador da revolução industrial – mas, ainda que com os dias contados, a Idade do crude parece não ter fim. É uma das maiores riquezas existentes e um grande motor do desenvolvimento mundial. Muitas têm sido, contudo, as pesquisas e experiências nas últimas décadas para descobrir uma nova energia, que se quer ecológica, para substituir o poderoso peso do petróleo. Preferencialmente, com um processo de fabricação não muito dispendioso e de elevado rendimento. Soluções há, só que ainda se procura o produto perfeito. É neste quadro que o hidrogénio se apresenta como uma das energias de potencial no futuro, dado que pode funcionar até como complemento de outros combustíveis que já existem. Como vantagens apresenta-se, desde já, como a forma energética mais limpa ambientalmente que se conhece e é uma fonte inesgotável de energia. As suas características ecológicas ganham expressão quando se sabe que é uma das poucas energias que aliadas ao meio rodoviário não faz emissões poluentes de dióxido de carbono para a atmosfera, tendo, por isso, na manga esse trunfo de contribuir para o cumprimento dos compromissos do Protocolo de Quioto. O primeiro complexo de produção desta energia na Península Ibérica foi inaugurado no final do passado mês de Abril, em Espanha, na zona madrilena de Fuencarral, sendo o terceiro na União Europeia. Chama-se esH2 – Estação de Serviço de Hidrogénio e é promovido por três grandes companhias: Air Liquide Espana, Gas Natural SDG e Repsol YFP, e é um investimento de dois milhões de euros.
A par da sua entrada em funcionamento, em Madrid foram postos a circular em Maio quatro autocarros eléctricos movidos a hidrogénio, com a missão de demonstrarem a valia desta energia para os transportes públicos urbanos. A capital espanhola é, assim, uma das primeiras cidades europeias a testar no terreno esta nova energia, contando com o apoio directo da EMT – Empresa Municipal de Transportes de Madrid. Este é igualmente um projecto integrado nas iniciativas europeias CUTE (Clean Urban Transport for Europe) /Ectos e Citycell.

O complexo esH2 é constituído por três peças fundamentais. Erguido num dos parques da EMT, em Fuencarral, inclui uma central de produção de hidrogénio a partir de gás natural, uma zona de armazenamento de hidrogénio, um compressor e um fornecedor de carga rápida.

Autocarros Eléctricos

Mas como aplicar o hidrogénio nos veículos automóveis? A forma é simples: um tipo de bateria alimentada a hidrogénio e a oxigénio pode produzir electricidade ininterruptamente num processo de elevado rendimento energético. Pode constituir simultaneamente um mecanismo silencioso e defensor do ambiente, dado que o que liberta é apenas vapor de água.

É esta filosofia que é aplicada nos autocarros eléctricos de transportes madrilenos a hidrogénio, uma vez que incluem uma bateria deste tipo. E quando ponderado os prós, o factor defesa do ambiente ganha peso por duas razões: com este sistema os autocarros farão emissões não poluentes de vapor de água; e conseguirão uma forte redução do ruído urbano.

Os resultados são cada vez mais convincentes da bondade do hidrogénio no meio rodoviário. Mas do lado dos contra está o facto de muitos apontarem este como um processo caro e ainda assim dependente de combustíveis fósseis para que o hidrogénio possa ser produzido.

sábado, novembro 01, 2003

Água Que Se Transforma em Energia Eléctrica

Cientistas canadianos inventaram uma nova forma de produzir electricidade a partir da água. Imagine que não é necessário carregar a bateria do telemóvel: tudo porque em vez de uma bateria normal, usaria uma bateria que se alimenta de água e que tem apenas que ser carregada regularmente.
Um estudo publicado na revista norte-americana "Journal of Micromechanics and Microengineering" revela um novo método para gerar energia eléctrica. O método consiste em aproveitar as propriedades electrónicas naturais de alguns líquidos, como a água que corre nas torneiras, por exemplo, que é bombeada através de microcanais minúsculos.
A equipa de investigadores responsável pelo estudo, da Universidade de Alberta em Edmonton, no Canadá, desenvolveu uma nova fonte eléctrica não poluidora que poderá ter diversos fins.
"Esta descoberta apresenta um vasto leque de aplicações possíveis. Talvez possa ser considerada como uma fonte de energia alternativa, que poderia até concorrer com o vento e Sol, embora esta nova fonte necessitasse de enormes quantidades de água para poder funcionar a nível comercial", disse Larry Kostiuk, que conduziu o estudo em conjunto com Daniel Kwok, ambos da Universidade de Alberta, citados num comunicado de imprensa da instituição.
O efeito está relacionado com o que acontece aos iões (partículas com carga eléctrica) que se encontram em líquidos, quando entram em contacto com outro corpo em estado sólido.
A equipa criou um bloco de vidro, com aproximadamente dois centímetros de diâmetro e três milímetros de largura, com cerca de 400.000 a 500.000 canais individuais. Os investigadores concluíram que, graças a uma dupla camada eléctrica, quando a água corre nos canais, é criada uma carga positiva numa das extremidades do bloco e uma carga negativa na outra extremidade.
Apesar do método ser inovador, há já muito tempo que se produz electricidade a partir da água, embora em grandes estruturas como barragens.

Comunidade Portuguesa de Ambientalistas
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