sábado, maio 28, 2005


Como investir em energias alternativas

Cresce o número de empresas no sector das energias alternativas e para investir em segurança há que conhecer o seu desempenho.
A subida do preço do petróleo e a necessidade de controlar as emissões poluentes das energias actuais potenciam o crescimento das empresas que actuam no âmbito das chamadas energias alternativas.
No âmbito dos compromissos estabelecidos no Protocolo de Kyoto, os produtores de energia serão obrigados a comprar capacidade de energia limpa ou alternativamente direitos de emissão. Por sua vez, o recuo do preço do petróleo, acentuado na última semana, não é suficiente para afastar o receio dos mercados de uma nova escalada do “ouro negro”. Desde o início do ano, o petróleo já se valorizou 12%.
O Merrill Lynch New EnergyInvestir em segurança nas empresas cotadas do sector da energia alternativa passa pela subscrição de um fundo de investimento que conheça o seu desempenho. O fundo New Energy foi lançado pela Merrill Lynch em 2001 e investe em acções dos sectores de energias alternativas e tecnologia de energia. O New Energy privilegia, sobretudo, as empresas do sector de energia renovável e geração de energia automóvel, armazenamento de energia e tecnologias de distribuição de energia. A rendibilidade acumulada a um ano situa-se em 6%, tendo a rendibilidade anual relativa a 2004, e medida pela taxa anual efectiva, sido de 21,4%. Em Portugal, este fundo é comercializado pelo Banco Best e pelo ActivoBank7.
Banco Best alia depósito a fundo que investe em novas energiasAs energias alternativas serviram de inspiração ao Banco Best para lançar um depósito a prazo aliado a um fundo de investimento composto por empresas que apostam nos ditos “sectores do futuro”. O Depósito Dual Sectores do Futuro propõem ao investidor aplicar 25% do seu invesitmento num depósito a prazo a dois meses, garantindo-lhe uma taxa bruta de 6%, e 75% no fundo Merrill Lynch New Energy.
“As energias alternativas são incontornáveis quando pensamos no futuro do nosso planeta pois não será possível explorar indefinidamente as actuais fontes de energia. A evolução do custo de mercado das tradicionais soluções promoverá certamente um ainda mais rápido desenvolvimento destes sectores”, explica fonte oficial do Banco Best. O New Energy, fundo gerido pela gestora internacional Merrill Lynch investe em empresas representativas de quatro sectores: energia renovável, automóvel e geração local de energia, tecnologias geradoras de energia e armazenamento de energia.
Este é um produto dirigido especialmente aos investidores com um perfil de risco moderado, que pretendem obter rendimentos superiores às taxas dos produtos bancários tradicionais e estão dispostos a assumir algum risco inerente ao mercado accionista. “Uma vez que investe em empresas num sector ainda numa fase de desenvolvimento, é natural que o fundo apresente um nível de volatilidade mais elevado do que um tradicional fundo de acções”, explica a mesma fonte. Numa óptica de investimento a longo prazo, ou seja, período mínimo recomendado pelo banco de três anos, a rendibilidade bruta pode “superar” o retorno dos mercados accionistas. De acordo com o prospecto do produto, a rendibilidade do fundo nos últimos 12 meses, medida em euros, foi de 1,71%.
Apesar da maioria dos portugueses ser avesso ao risco e optar por fundos tradicionais, existem cada vez mais investidores receptivos a novas ideias para aplicar o seu dinheiro. “Estas novas ideias de um investimento tem despertado interesse por parte dos nossos clientes. Ainda que mantenham uma parte significativa dos seus investimentos em fundos tradicionais, uma percentagem mais reduzida poderá ser canalizada para produtos que investem num sector específico que apresente um potencial de valorização atractivo”, conclui fonte do Banco Best.


Porcos iluminam 140 lares

Acender a luz em casa é um acto tão banal nos Açores como em qualquer outra parte do país. Mas a origem da energia que chega a alguns dos lares do arquipélago é original, pelo menos para Portugal, pois é o resultado da produção de biogás através do tratamento de resíduos, a maioria dos quais provenientes da maior suinicultura portuguesa, localizada na ilha de São Miguel.Num país em que a poluição gerada pelas suiniculturas é um problema grave, a solução posta em prática pela Agraçor, do grupo Nicolau Sousa Lima (NSL), é o exemplo de um casamento de sucesso entre interesses ambientais e económicos.
O grupo açoriano está presente em várias áreas de negócio, entre as quais a exploração suinícola, que tem um efectivo correspondente a 18 mil porcos. Em média, cada animal polui o equivalente a seis pessoas, o que corresponde à poluição gerada por 108 mil pessoas, excedendo largamente a população do concelho de Ponta Delgada, que em 2001 atingia os 65.718 habitantes.O projecto arrancou em 1987 com uma primeira instalação de biogás, que em 2004 foi substituída por uma mais avançada. Asuinicultura já é auto-suficiente em termos energéticos, absorvendo dois terços da energia produzida.
O resto é injectado na rede eléctrica e comercializado pela Electricidade dos Açores (EDA), representando a energia consumida por entre 120 a 140 lares da região autónoma.O sistema recicla não só os resíduos da exploração suinícola como também outros que a empresa recolhe no exterior, nomeadamente restos de peixe, esterco de galinhas poedeiras e óleos. Está ainda longe da sua capacidade máxima, pelo que a Agraçor admite estabelecer parcerias com a restauração e com os distribuidores, para aumentar a matéria-prima que transfroma em energia. Mas é no matadouro da ilha que residem as suas maiores esperanças, assim que seja possível fazer uma separação eficaz ao nível dos subprodutos, garantindo que os de risco não entram no sistema. A parte sólida dos resíduos é transformada em fertilizante, que depois é posto à venda.
A Agraçor, que já investiu mais de €3 milhões - dos quais €640 mil de fundos comunitários - gostaria que a produção de biogás se estendesse ao continente, nomeadamente às zonas de Leiria e Montijo, onde este tipo de poluição é comum. Está disponível para parcerias - de «know how» e capital. Aliás, decorre hoje um congresso em Faro em que o exemplo da Agraçor, que recorre à tecnologia da empresa dinamarquesa Bioscan, vai ser debatido.
Por outro lado, pretende mais incentivos a estes sistemas de tratamento, ou através do aumento da percentagem de financiamento ou por via de um prémio de cumprimento de objectivos superior ao actual. As tarifas que a EDA lhe paga são iguais às aplicadas às outras energias renováveis, nas quais a própria EDA está envolvida, mas a legislação a nível nacional, recentemente aprovada, é penalizadora para o biogás, segundo acusa a Quercus.
associação ambientalista considera inadmissível a hipótese de o tratamento dos efluentes suinícolas ser feito através da queima de gás natural no âmbito do concurso aberto pela Recilis (empresa que tem como objectivo despoluir as bacias hidrográficas da zona de Leiria), por tal solução contribuir para o aquecimento global.A solução da Agraçor agrada à associação, que pretende promover inclusivamente uma visita guiada de suinicultores do continente para lhes apresentar o projecto.

terça-feira, maio 17, 2005

Nova bateria de lítio recarrega em apenas um minuto

A empresa japonesa Toshiba anunciou o lançamento de uma nova bateria de lítio que pode ser recarregada em apenas um minuto. Segundo a empresa, nesse tempo a bateria alcança 80% de sua carga, aproximadamente 60 vezes mais rápido do que as melhores baterias atuais.

A nova bateria também possui uma maior capacidade de carga, graças à utilização de nanomateriais em sua construção. Uma tecnologia inovadora utilizada no eletrodo negativo utiliza nanopartículas para evitar que os eletrólitos líquidos orgânicos sofram redução durante a recarga da bateria. As nanopartículas absorvem rapidamente e armazenam grande quantidade de íons de lítio, sem causar deterioração do eletrodo.
Segundo a empresa, a durabilidade também foi melhorada. A bateria perde apenas 1% de sua capacidade durante um ciclo de 1000 cargas e descargas.

A empresa pretende colocar a nova bateria no mercado em 2006, visando principalmente o mercado de veículos elétricos e híbridos, que passarão a exigir tempos de recarregamento mínimos.
Mas muitos outros usos são possíveis, inclusive em aparelhos portáteis e telefones celulares: o protótipo apresentado, por exemplo, mede apenas 3,8 mm de espessura, com 6,2 centímetros de comprimento por 3,5 centímetros de largura.

Intestinos dos cupins podem ter solução para energia no mundo

"Os intestinos dos cupins poderão salvar o planeta." Essa curiosa afirmação poderia facilmente passar por uma brincadeira. Mas a coisa muda de figura quando se verifica que ela foi feita pelo cientista Steven Chu, Prêmio Nobel de Física de 1997, durante uma das mais importantes conferências de Física do mundo, que está se realizando em Warwick, Inglaterra.

O Dr. Chu está tentando criar um esforço mundial entre os cientistas, na busca de uma nova fonte de combustível que não seja danosa ao meio-ambiente. Falando para algumas das mentes mais brilhantes do mundo, ele explicou como está fazendo sua parte: estudando os intestinos dos cupins. A escolha de tão peculiar objeto de pesquisa, obviamente não foi por acaso.
O intestino dos cupins é o local onde a própria natureza resolveu um problema crucial, que hoje aflige a humanidade: a geração de uma fonte de energia neutra em carbono. Os intestinos dos cupins recebem a celulose, um material não digerível, e a convertem para etanol, hoje tido como um dos combustíveis mais versáteis e promissores para figurarem como uma fonte de energia ambientalmente correta para o futuro.

A pesquisa se mostrou tão interessante que 56 outros pesquisadores já se juntaram à equipa do Dr. Chu, no Laboratório Lawrence Berkeley, Estados Unidos.
Os Estados Unidos subsidiam os agricultores para que eles plantem milho para a produção de etanol. Mas o balanço dessa equação é largamente negativo, devido ao fato de que o processo não é neutro em termos de geração de carbono. "Do ponto de vista do meio-ambiente," explicou o Dr. Chu," teria sido melhor se nós tivéssemos simplesmente queimado petróleo."

"Mas fontes de energia neutras em carbono são um objetivo alcançável. Uma população mundial de 9 bilhões de pessoas, previsto como sendo o pico a ser alcançado, poderia ser alimentada com o cultivo de menos do que um terço da área agricultável do planeta. Uma parte da área restante poderia ser destinada ao cultivo de grãos para geração de energia. Mas a maioria de toda a matéria das plantas é celulose - um combustível sólido e de baixa eficiência, tão futurístico quanto queimar lenha. Se os cientistas puderem converter a celulose em combustíveis líquidos, como o etanol, os problemas mundiais de oferta e armazenamento de energia poderiam ser resolvidos de uma tacada só."

É aí que entram os cupins. Um bilhão de anos de evolução produziu uma fábrica de alta eficiência na transformação de celulose em etanol, muito superior a qualquer coisa que a mais alta tecnologia atual possa vislumbrar. A idéia do Dr. Chu é justamente descobrir o processo que se passa nos intestinos dos temidos insetos, reproduzir esse processo de forma artificial e resolver o problema energético mundial.
Financiamentos imensos são disponíveis para curar as "doenças dos ricos", tais como câncer e enfermidades diversas do coração, afirma, contundente, o professor Chu. "Se não conseguirmos curar o câncer nos próximos 50 anos, será trágico, mas a vida irá continuar. Mas se nós não conseguirmos desenvolver uma fonte de energia neutra em carbono, a vida irá mudar para todo mundo."

Nova bateria de longa vida terá durabilidade de décadas

Utilizando as mesmas técnicas de fabricação de chips de computadores, pesquisadores de várias universidades, trabalhando conjuntamente, criaram um novo dispositivo capaz de converter baixos níveis de radiação em eletricidade. O componente é um diodo de silício poroso que possui uma propriedade chamada betavoltaica.

Embora produza apenas um milésimo da potência das baterias e pilhas químicas, o novo conceito, batizado de betabateria, é mais eficiente e potencialmente muito mais barato e fácil de ser produzido. Quando totalmente desenvolvido, ele poderá ser uma solução definitiva para baterias de vida útil extremamente longa.

Sensores de longa duração para serem incorporados no interior de estruturas como pontes e viadutos, equipamentos de monitoramento climático em locais desabitados e satélites artificiais são apenas alguns dos exemplos de aplicações para estas baterias de longa duração.

O segredo da nova bateria está na natureza duradoura de seu principal componente, o trítio, um isótopo de hidrogênio que libera elétrons em um processo chamado decaimento beta. Os novos semicondutores de silício poroso geram eletricidade absorvendo elétrons, da mesma forma que as células solares geram eletricidade absorvendo fótons.

A betabateria não é a primeira a funcionar a partir de uma fonte radioativa, nem mesmo a primeira a utilizar trítio. Os cientistas vêm tentando converter radiação em eletricidade desde a invenção do transístor, há mais de 50 anos atrás. A criação de junções entre porções de um material rico em elétrons e outro com falta de elétrons, é a base do funcionamento de quase todos os componentes eletrônicos.

Mas a nova bateria tem duas vantagens básicas: ela é extremamente fina, medindo menos de meio milímetro de espessura e tem altíssimo rendimento. No interior do material, os cientistas construíram uma rede de poros, o que aumentou enormemente a área superficial do silício, criando um componente que é 10 vezes mais eficiente do que os projetos anteriores de baterias planas que funcionam a partir de elétrons com decaimento beta.
"O trítio emite somente partículas beta de baixa energia (elétrons), que podem ser barrados por blindagens muito finas, tal como uma folha de papel," explica Larry Gadeken, um dos autores da pesquisa, querendo destacar que o termo radiação não oferece riscos à saúde humana.
Mesmo se a nova bateria exigir uma embalagem hermeticamente fechada, tudo o que será necessário será um invólucro de plástico duro que conterá o trítio em sua própria estrutura. Ao contrário da pasta química das pilhas comuns, o plástico nunca irá "vazar".

"A configuração porosa tridimensional é excelente para absorver essencialmente toda a energia cinética da fonte de elétrons," afirmou Nazir Kherani, outro membro da equipe. Ao invés de absorver elétrons apenas na camada superficial do material, os canais profundos do silício poroso acomodam uma quantidade muito maior de radiação. Nos testes feitos pelos cientistas, quase todos os elétrons emitidos durante o decaimento beta do trítio foram absorvidos.
A betabateria poderá se mostrar insubstituível em tarefas onde a capacidade de fornecimento de energia das baterias químicas é limitada. Os dispositivos são robustos, operam bem entre -100° e +150° C, e poderão nunca precisar ser trocadas durante a vida útil do equipamento que forem abastecer.

A pesquisa reuniu cientistas da Universidade e do Instituto de Pesquisas de Rochester, Estados Unidos, e da Universidade de Toronto, Canadá. Para desenvolver e comercializar as betabaterias os cientistas criaram a empresa BetaBatt.
O artigo que descreve o desenvolvimento das betabaterias foi publicado no exemplar de 13 de Maio da revista Advanced Materials (W. Sun et al., Advanced Materials 2005, 17, 1230).

Comunidade Portuguesa de Ambientalistas
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