Centro de Excelência para a Bio-Energia promovido pela Universidade do Minho
Ainda antes das férias de Verão, a Universidade do Minho submeteu a apreciação pela Agência de Inovação a proposta de criação de um Centro de Excelência para a Bio-Energia, com o objectivo de criar um conjunto de competências em energias renováveis, em particular no domínio dos recursos orgânicos.
O projecto nasceu através do Centro de Valorização para os Resíduos (CVR), um ‘interface’ da Universidade do Minho, a fim de se valorizarem os recursos endógenos que o país subaproveita. De acordo com José Carlos Teixeira, docente do Departamento de Engenharia Mecânica, “a intenção é estimular o desenvolvimento das áreas da biomassa, do biogás e dos biocombustíveis, criando um agrupamento de parceiros que cubram toda a fileira, desde a produção até ao consumidor final”.
Com um investimento de 1,3 milhões de euros, 25% do valor será assegurado pelos parceiros do consórcio que, segundo José Carlos Teixeira, “terá um contributo importante na diversificação da palete de recursos energéticos e na diminuição das emissões de carbono, contribuindo assim para o alcance dos objectivos do Protocolo de Quioto”.
Entre os parceiros do consórcio a ser formado, caso o projecto obtenha aprovação da Agência de Inovação, contam-se também a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, as autarquias e associações de municípios do Vale do Ave e Cávado, os Departamentos de Engenharia Mecânica e Engenharia Biológica da Universidade do Minho, duas dezenas de empresas privadas, aterros sanitários, a Associação de Produtores de Cereais e Oleginosas, a RAIZ (fabricante de pasta de papel), o INETI (Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial) e o Instituto Nacional de Investigação em Agricultura e Pescas. Existe, ainda, o interesse de uma empresa holandesa, líder do mercado mundial em reactores anaeróbicos, que pretende instalar-se em Portugal caso o projecto avance.
Uma das vantagens apontadas pelo responsável do projecto é o facto da biomassa ser uma energia renovável acumulável, que pode ser armazenada. Outro dos pontos fortes será a criação de emprego prevista, bem como o desenvolvimento de tecnologias e a fixação de pessoas com conhecimentos, “que o mercado português não está a desenvolver nem aproveitar”. Prevê-se que o Centro de Excelência avance ainda antes do final de 2005.
Universidade do Minho constitui Assessoria para a EnergiaNo seguimento do projecto do Centro de Excelência para a Bio-Energia,a Universidade do Minho acaba de constituir uma Assessoria para a Energia, que tem por objectivo reduzir os custos em energia, que ascendem a um milhão de euros anuais. A equipa comporta sete docentes para tornar a instituição “exemplar na economia e utilização de nergias alternativas”. A intenção é que se desenvolvam os estudos necessários para propor soluções energéticas que permita a redução significativa do uso de energia e implementação de processos alternativos.
A Assessoria para a Energia vai permitir, no imediato, uma economia de 5% e a médio prazo de 15%. O primeiro passo será a monitorização da utilização de energia nos edifícios da Universidade do Minho.