O Santo Graal da energia
A decisão sobre o local onde será construído um reactor experimental de fusão nuclear (ITER), que deveria ter sido tomada no sábado passado, foi adiada para, provavelmente, meados de Fevereiro. Os representantes dos países envolvidos no consórcio internacional para a construção do ITER estão divididos entre montar o reactor na cidade de Cadarache, no Sul da França, e Rokkasho-mura, no Japão. A fusão nuclear pode revolucionar a produção de energia se reproduzida em condições viáveis num reactor. O projecto de cinco mil milhões de dólares durará dez anos e é uma iniciativa conjunta dos EUA, Japão, União Europeia, China, Rússia e Coreia do Sul. Alternativa à fissão nuclear, a fusão nuclear controlada tem a ambição de reproduzir o que ocorre no núcleo do Sol. Há anos que os cientistas tentam sem sucesso controlar este processo, através do qual os núcleos de dois átomos de deutério (forma pesada do hidrogénio) se fundem para se transformar em hélio, desprendendo uma grande quantidade de energia. A fissão nuclear, por sua vez, quese produz nas centrais actuais, provoca a fragmentação de um átomo para produzir energia. Mas, enquanto a ciência é capaz, desde 1942, de produzir a fissão dos núcleos pesados do urânio, a fusão ainda não foi controlada. A fragmentação dos núcleos pesados (do
urânio-235 ou do plutónio-239), mediante o bombardeamento de neutrões, é um procedimento muito mais simples do que a fusão, visto que esta precisa, para vencer a repulsão dos átomos entre si, de temperaturas da ordem de milhões de graus. A essa temperatura, a matéria encontra-se em estado de plasma. Os físicos podem aquecer esse plasma em câmaras de vácuo cilíndricas, inventadas pelos russos e denominadas "tokamaks", uma máquina que será utilizada no futuro reactor ITER.
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