Metros Ligeiros e Eléctricos Poupam Energia
A indústria ferroviária desenvolveu uma tecnologia que permite aos metros ligeiros armazenar a energia eléctrica que produzem no sistema de frenagem de modo a reutilizá-la no arranque, reduzindo deste modo o consumo de energia utilizada em cerca de 30%.
No futuro os eléctricos poderão circular durante centenas de metros sem precisarem da catenária (cabo de alta tensão ao qual os veículos estão ligados através de um pantógrafo), o que é particularmente vantajoso quando há quebras de corrente pois, deste modo, a composição poderá prosseguir até à próxima paragem.
A maior vantagem é, porém, a possibilidade de os núcleos históricos não serem adulterados com a implantação de postes e catenárias que coexistem mal com a riqueza histórica e artística das pedras, muralhas ou fachadas de edifícios desses centros. É precisamente nesses locais que as autoridades costumam vedar ruas ao trânsito, permitindo, em alternativa, a passagem de transportes públicos não poluentes com é o caso dos veículos ferroviários urbanos. Estes já não eram poluidores porque não emitem gases tóxicos, mas agora podem vir a ser mais amigos das cidades e dos seus habitantes ao poder circular sem ter fios por cima.
A nova tecnologia foi desenvolvida pela Bombardier Transportation, em colaboração com a MVV Verkehr AG, de Mannheim, que equipou naquela cidade um veículo de metro ligeiro com este sistema a título experimental.
Contrariamente aos actuais sistemas de armazenamento de energia mecânicos, o Mitrac - como é designado o invento - funciona em bases puramente eléctricas. Cada unidade de poupança de energia é formada por várias centenas de células ligadas entre si, acumulando energia suficiente para permitir que um metro ligeiro, equipado com duas unidades, possa percorrer uma distância de mil metros com o pantógrafo desligado a uma velocidade elevada.
A produção de energia eléctrica durante a frenagem (os comboios têm freios e não travões, por isso frenam em vez de travar) é comparável à da luz gerada pelo dínamo colocado no pneu de uma bicicleta. Quando os veículos ferroviários frenam produzem energia eléctrica que é devolvida à catenária, podendo ou não o operador ter um sistema de conta corrente com o fornecedor de electricidade que contabilize essas reduções. Por exemplo, na Suiça as locomotivas têm um contador de corrente que regista a electricidade por elas gerada e que será facturada à empresa fornecedora de energia.
Em Portugal a CP estima que em 2001 os seus comboios devolveram à catenária mais de 8,5 milhões de kwh, e no ano seguinte cerca de 11,2 milhões de kwh, mas o acerto de contas com a EDP tem-se revelado complexo não tendo ainda havido lugar a nenhum pagamento. Segundo a empresa, o valor da energia eléctrica por ela produzido em 2001 terá sido de 325 mil euros.
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