domingo, abril 25, 2004

Consumo global de energia deverá crescer mais de 50% nos próximos 20 anos

O consumo global de energia deverá crescer mais de 50% nos próximos 20 anos, segundo um relatório publicado na quarta-feira pelo Departamento de Energia (DE) dos EUA. Este incremento deverá verificar-se especialmente entre as potências emergentes, como a China e a Índia.

Segundo o relatório do DE, dentro de 20 anos deverão ser consumidos cerca de 121 milhões de barris de petróleo por dia, contra os actuais 81 milhões, sendo que a maioria deste petróleo será fornecido pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo.

Os especialistas do DE afirmam ainda que o aumento do consumo de energia levará à emissão anual de 37 mil milhões de toneladas de dióxido de carbono, mais do dobro das 14 mil milhões de toneladas actuais.



Site bastante interessante

Deixo-vos a morada de um site de um aluno da FEUP que esta a fazer um trabalho de final de curso sobre pilhas dfe hidrogenio em http://paginas.fe.up.pt/~ee96022/

sábado, abril 17, 2004

Portugal pode ser plataforma europeia de células de combustível

A "tecnologia do Hidrogénio" associada à gestão de resíduos constitui uma grande oportunidade para uma estratégia nacional de desenvolvimento sustentável, porque contribui para a fixação de quadros altamente qualificados, viabiliza uma indústria de elevado valor acrescentado e promove a excelência ambiental.

O desafio de promover um desenvolvimento sustentável, constitui-se como ambição colectiva e implica conjugar desenvolvimento económico com a promoção de estabilidade social, sem comprometer o ambiente em que vivemos. A solução para esta complexa equação passa por inovar a diferentes níveis, assumindo tecnologias e práticas mais eco-eficientes.
O paradigma do desenvolvimento sustentável encontra um excelente exemplo na energia. A sustentabilidade do sistema energético depende, do lado da procura, da atitude com que encaramos o consumo, do lado da oferta, do reforço das fontes energéticas renováveis e, do lado da utilização, da optimização dos sistemas de transformação de energia. No vértice desta discussão está, actualmente, o hidrogénio.

O hidrogénio não é a solução dos problemas energéticos, mas é um excelente veículo de transporte de energia entre a oferta e a procura e oferece excelência ambiental, porque utilizado para produzir electricidade, apenas envolve a produção de água, estando assim isento de outras emissões poluentes. A viabilidade energética e económica do hidrogénio depende de uma tecnologia que permita a transformação da energia primária em electricidade, com um rendimento energético global superior ao da transformação directa numa máquina térmica convencional. Essa tecnologia existe, é a célula de combustível.

Focando a nossa atenção nas energias renováveis, uma fonte energética insuficientemente reconhecida são os resíduos, e é neste domínio que Portugal apresenta, neste momento, condições excepcionais para a dinamização desta tecnologia, pois encontra-se a implementar uma política ambiental firmemente determinada a valorizar, de forma integral, resíduos como os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), lamas de Estações de Tratamento de Água Residuais ou resíduos animais.

Neste contexto, Portugal tem uma grande oportunidade para liderar este processo a nível europeu, uma vez que outros países já implementaram investimentos nesta área e em tecnologias convencionais, quando esta tecnologia estava mais imatura, o que lhes coloca dificuldades adicionais em reposicionar, a curto prazo, a renovação tecnológica.

Por outro lado, o desenvolvimento de células de combustível é uma área de negócio "conhecimento intensiva", que necessita de crescer num ambiente de investigação e desenvolvimento, o qual o país tem vindo a dinamizar, embora com pouca participação empresarial, a qual urge estimular. Neste contexto, há, hoje em dia, empresas líderes a nível internacional que pretendem investir em Portugal como plataforma europeia para o fabrico de células de combustível e como centro de Investigação e Desenvolvimento.

Esta visão é, do ponto de vista do desenvolvimento sustentável, muito relevante porque contribui para a fixação de quadros altamente qualificados, viabiliza o desenvolvimento de uma indústria de elevado valor acrescentado e promove a excelência ambiental.

Entra lixo sai energia

As células de combustível são equipamentos electroquímicos que convertem a energia química de um combustível directamente em energia eléctrica, sendo que o Hidrogénio é o combustível mais utilizado. Uma célula de combustível de membrana polimérica electrolítica apresenta dois componentes principais, uma membrana electrolítica activada com catalizadores, para promover a separação iónica no Hidrogénio e no Oxigénio e libertar electrões a baixa temperatura, e um par de eléctrodos porosos, por onde passam o combustível e oxidante e por onde circulam os electrões libertados, resultando na produção de electricidade e de água.

A produção de hidrogénio com base em resíduos biodegradáveis, pode ser assegurada por processos de digestão anaeróbia nos quais a matéria orgânica produz biogás (metano). Processos de "reforming" permitem transformar o metano em Hidrogénio e dióxido de carbono liquefeito, o qual pode ser utilizado em diferentes processos industriais. Adicionalmente, a matéria orgânica sobrante pode ser usada como fertilizante de solos.

A tecnologia encontra-se já suficientemente desenvolvida para, por exemplo, uma das empresas líderes na área, a Agni Inc., reclamar uma eficiência energética global, ou seja, para a transformação dos hidrocarbonetos (metano) em electricidade, de 52 por cento. Este valor é muito significativo, porquanto os melhores motores térmicos atingem, nas mesmas condições, rendimentos claramente inferiores a 40 por cento. Ou seja, as células de combustível constituem-se já como um meio de eficácia ímpar para transformar o potencial químico de resíduos biodegradáveis em electricidade

sexta-feira, abril 09, 2004

PRODUZIR HIDROGÉNIO SEM DIÓXIDO DE CARBONO


Um consórcio japonês prepara-se para testar um novo sistema de produção de hidrogénio sem emissão de gases com efeito de estufa. Para tal, recorre a energia hidroeléctrica, em detrimento dos combustíveis fósseis.

O veículo a pilha de combustível FCX , da Honda, vai participar num teste que terá início este mês, na ilha de Yuakushima, no âmbito do quadro Projecto Emissão Zero.

Os fabricantes de automóveis concorrem para a construção de um veículo realmente ecológico, mas os métodos clássicos de produção de hidrogénio produzem dióxido de carbono, um dos gases responsáveis pelo aquecimento global.

No entanto, nesta nova experiência, o hidrogénio será produzido por electrólise da água, usando a electricidade produzida numa central da ilha, onde existem diversas cascatas.

O Honda FCX foi o primeiro veículo com célula de combustível do mundo certificado pelo California Air Resources Board (CARB) e a U.S. EPA, com ambas as agências governamentais a certificá-lo como Veículo com Zero Emissões (ZEV- Zero Emission Vehicle).

Ao utilizar o hidrogénio fornecido por uma célula de combustível para gerar electricidade e fornecer energia ao motor eléctrico, o FCX conta com uma potência máxima de 80 cavalos e um binário de 272 Nm, a aceleração é similar a um Honda Civic. Este modelo pode percorrer até 355 quilómetros sem paragens para reabastecimento e tem capacidade para quatro pessoas, tornando-o prático para uma vasta gama de aplicações do dia-a-dia. Os funcionários da Câmara Municipal de Los Angeles utilizarão os veículos no trabalho e para as viagens diárias entre casa e emprego. A Câmara Municipal e a Honda estão a finalizar os planos sobre sistemas de suporte de reabastecimento para fornecer hidrogénio aos veículos.

«Este veículo está pronto para utilização prática», disse Tom Elliott, vice-presidente executivo da American Honda. «A utilização de veículos com células de combustível ajudar-nos-á a avaliar estes veículos e os combustíveis, com os nossos clientes. Ajudar-nos-á também no desenvolvimento da infra-estrutura necessária de reabastecimento para apoiar os clientes de veículos a hidrogénio».

A marca nipónica pretende alugar cerca de 30 veículos com células de combustível na Califórnia e no Japão durante os próximos dois a três anos. No entanto, a empresa não tem actualmente planos para vendas de veículos com célula de combustível para o mercado de massas ou vendas particulares.
Iniciada a investigação da célula de combustível em 1989 pelo construtor japonês e com veículos de teste nos Estados Unidos e no Japão desde 1999, a Honda tem uma longa história de liderança ecológica no sector automóvel, iniciada em 1975 quando o Honda Civic CVCC foi o primeiro veículo a cumprir a norma californiana de emissões “Clean Air Act”.

Desde então, foi a primeira empresa a comercializar um veículo a gasolina (Civic) que cumprisse a norma do veículo com emissões reduzidas (LEV) nos 50 estados e a primeira a comercializar um veículo a gasolina que cumprisse a norma Ultra Low Emission Vehicle (ULEV) e, subsequentemente, a norma “Super” ULEV do Estado da Califórnia (Accord).

A Honda foi a primeira empresa a vender, nos Estados Unidos, um automóvel “híbrido” a gasolina-electricidade – o Insight – e no início deste ano lançou o Civic Hybrid, o primeiro automóvel com tecnologia híbrida de grande volume. O Civic GX, um veículo a gás natural, é o primeiro e único automóvel certificado para as normas EPA (SULEV, Tier 2, Bin 2).

Central energética nos molhes do Douro

O Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos está a estudar a instalação de uma central de energia no final de um dos molhes do Douro. A ideia é aproveitar o potencial energético das ondas que "poderá colocar o Porto na rota da tecnologia internacional".

A construção dos Molhes do Douro vai permitir a criação de uma central de energia com o aproveitamento das ondas. O projecto está a ser estudado pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM) e, segundo o secretário de Estado das Obras Públicas, Jorge Costa, poderá ser protocolado "a curto prazo" com a Enernova, empresa do grupo da EDP especializada em energias alternativas.

A construção da central ficará a cargo do IPTM e deverá ser feita ao mesmo tempo em que se procede aos trabalhos de edificação do molhe da zona norte, do lado da cidade do Porto. Como explicou o presidente do instituto, Eduardo Martins, o equipamento poderá ficar instalado na última secção do molhe. Depois, caberá à Enernova o desenvolvimento de todo o processo, nomeadamente nas questões relacionadas com a produção e comercialização da energia. O resultado final permitirá "colocar Portugal e o Porto na rota da tecnologia internacional", acentuou o membro do Governo.

A central de energia faz parte de um vasto projecto que visa maximizar as potencialidades dos Molhes do Douro, estrutura que também terá espaços de lazer que poderão ser aproveitados pela população. Um cenário que será realidade em Junho de 2006, de acordo com os prazos estabelecidos e tendo em conta que o acto de consignação à empresa Somague/Irmãos Cavaco SA, o consórcio responsável pela empreitada, foi realizado ontem, podendo agora as operações começar.

A ideia com sete anos teve um "parto difícil", como admitiu Jorge Costa, mas será fundamental na consolidação da barra e, consequentemente, no desenvolvimento turístico. "No ano passado, subiram o Douro mais de 170 mil passageiros. Com esta obra vão ser criadas condições para que isso se processe com mais segurança", aludiu.

Impacto ambiental

O projecto de construção dos Molhes do Douro mereceu também preocupação em termos ambientais. Mesmo assim, ainda existe quem avise, nomeadamente o hidrobiólogo Adriano Bordalo e Sá, para os problemas que pode vir a causar, nomeadamente no que concerne a uma eventual poluição das praias de Vila Nova de Gaia. Tanto o secretário de Estado, como o presidente da autarquia gaiense, Luís Filipe Meneses, estão tranquilos relativamente a essa questão. Hoje, garantiu o governante, "é possível assegurar que todos os cuidados do ponto de vista ambiental e paisagístico foram tomados. Esta obra vai ter o mínimo de prejuízos e uma inserção paisagística que vai permitir que quem esteja no Passeio Alegre continue a ver o Cabedelo". Menezes concorda: "A opinião do professor Bordalo e Sá é respeitável, mas depois há o estudo de dezenas de pessoas. Por que razão a opinião de uma pessoa isolada pode colocar em causa o estudo de dezenas de pessoas?".

domingo, abril 04, 2004

Nova tecnologia transforma ondas em electricidade

O mar sempre foi um potencial de recursos para Portugal: porta de saída para outros mundos e agora entrada para novas formas de energia, já que as ondas podem ser fonte de electricidade. Aliás, Portugal fundou o primeiro centro mundial de energia das ondas ligado à rede, mas está a ser estudada a hipótese de uma nova tecnologia dinamarquesa poder ser aplicada por cá.

Trata-se de uma nova tecnologia que está a ser testada numa plataforma flutuante, num fiorde do Mar do Norte, e que pode ser usada de forma isolada ou formando um parque, desde que a profundidade seja superior a 25 metros. Este projecto, Wave Dragon, é financiado pela Comissão Europeia e pertence a um consórcio de 12 parceiros.

Em 2006, os promotores esperam ter uma unidade com capacidade de produção, numa primeira fase, entre quatro e sete megawatts (mw) instalada no Atlântico, com capacidade para fornecer entre três a seis mil casas. E um dos locais em perspectiva é a costa portuguesa.

Hans Soerensen, responsável pelo projecto, adianta que o objectivo é avaliar que tipo de mercado existiria para a electricidade gerada pela energia das ondas em Portugal. Esta prospecção implica avaliar as ondas locais de forma a ajustar esta à da plataforma flutuante ao nível da sua dimensão: «É preciso que seja uma estrutura muito estável para que não se perca energia.» O investigador adianta que Portugal surge como uma das hipóteses para a primeira abordagem comercial desta tecnologia por se situar numa área de ondas apropriada e por ter boas condições económicas. É que o preço que o Estado se dispõe a pagar é muito convidativo: com um valor de 0,22 cêntimos por mw/hora, a exploração torna-se economicamente viável numa primeira fase. O problema, afirma Hans Soerensen, é que o incentivo só existe para esse momento e faltam apoios para a segunda parte, que inclui a construção de um sistema de alta potência que possa fornecer mais 10 mw.

Teresa Pontes, investigadora do Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação (INETI) responsável pelo grupo de energia das ondas, assinala que Portugal «está na linha da frente» nesta área, detendo «muito boas condições naturais e muita capacidade tecnológica e científica». Uma posição que justifica o facto de haver «um conjunto de protótipos com muito interesse em vir para Portugal». Teresa Pontes adianta que, contudo, só «interessa participar se houver uma incorporação significativa de tecnologia nacional».

Os investigadores acreditam nas potencialidades desta nova forma de energia que, podendo contribuir para a redução de emissões com o dióxido de carbono, pode cobrir até 50 por cento do consumo mundial de electricidade. O problema é que a tecnologia está a dar os primeiros passos e a pesquisa é muito cara. Ainda assim, os especialistas acreditam que será possível, com a massificação deste sistema, atingir economias de escala que possam traduzir-se em preços competitivos com o petróleo ou energia eléctrica.

A aposta de Portugal na energia das ondas começou já em 1978, com a instalação de uma central piloto, na Ilha do Pico, a primeira a nível mundial ligada à rede pública de distribuição de energia. Esta central, resultado de uma parceria entre o INETI e o Instituto Superior Técnico, está actualmente em remodelação. Outro projecto em perspectiva para utilizar a energia das ondas está pensado para a cabeça dos molhes a construir na foz do Douro, no Porto.

Uma indústria que já emprega 200 mil pessoas

A União Europeia deverá investir, até 2006, 400 milhões de euros no desenvolvimento de novas tecnologias aplicadas às energias limpas. Um esforço de investigação a acompanhar o crescimento de produção de electricidade a partir de fontes renováveis. O Conselho Europeu de Energias Renováveis prevê que, em 2020, a electricidade verde satisfaça 20 por cento do consumo energético da população europeia. Contando com as mais importantes fontes - eólica, hídrica, fotovoltaica, biomassa e geotermal - prevê-se um crescimento de 34 por cento na produção, em 16 anos. As energias renováveis apresentam-se como um instrumento para o cumprimento do Protocolo de Quioto, que por sua vez visa inverter o ritmo de aquecimento do planeta. Para além disso, a indústria das energias renováveis na Europa gera anualmente 10 biliões de euros e emprega 200 mil pessoas. Ao contribuir para diminuir a dependência do petróleo, a produção de electricidade limpa é vista como um instrumento de equilíbrio global, na medida em que diminui o fosso entre o Norte e o Sul.

Comunidade Portuguesa de Ambientalistas
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