domingo, dezembro 28, 2003

O Santo Graal da energia


A decisão sobre o local onde será construído um reactor experimental de fusão nuclear (ITER), que deveria ter sido tomada no sábado passado, foi adiada para, provavelmente, meados de Fevereiro. Os representantes dos países envolvidos no consórcio internacional para a construção do ITER estão divididos entre montar o reactor na cidade de Cadarache, no Sul da França, e Rokkasho-mura, no Japão. A fusão nuclear pode revolucionar a produção de energia se reproduzida em condições viáveis num reactor. O projecto de cinco mil milhões de dólares durará dez anos e é uma iniciativa conjunta dos EUA, Japão, União Europeia, China, Rússia e Coreia do Sul. Alternativa à fissão nuclear, a fusão nuclear controlada tem a ambição de reproduzir o que ocorre no núcleo do Sol. Há anos que os cientistas tentam sem sucesso controlar este processo, através do qual os núcleos de dois átomos de deutério (forma pesada do hidrogénio) se fundem para se transformar em hélio, desprendendo uma grande quantidade de energia. A fissão nuclear, por sua vez, quese produz nas centrais actuais, provoca a fragmentação de um átomo para produzir energia. Mas, enquanto a ciência é capaz, desde 1942, de produzir a fissão dos núcleos pesados do urânio, a fusão ainda não foi controlada. A fragmentação dos núcleos pesados (do
urânio-235 ou do plutónio-239), mediante o bombardeamento de neutrões, é um procedimento muito mais simples do que a fusão, visto que esta precisa, para vencer a repulsão dos átomos entre si, de temperaturas da ordem de milhões de graus. A essa temperatura, a matéria encontra-se em estado de plasma. Os físicos podem aquecer esse plasma em câmaras de vácuo cilíndricas, inventadas pelos russos e denominadas "tokamaks", uma máquina que será utilizada no futuro reactor ITER.

Projecto Produção de Energia Térmica Solar

O inovador Pedro Ponte propõe um sistema compacto e económico para a produção de energia eléctrica limpa, aproveitando a radiação solar na sua vertente térmica. "Basta a temperatura. Não estamos a falar de uma energia de activação tal como a dos painéis solares ", refere. Esta energia é concentrada e magnificada num espaço físico confinado - numa câmara do circuito - onde faz expandir um fluído de trabalho, "tal como acontece num frigorífico, por exemplo ". Este fluído,animado de movimento, acciona uma turbina acoplada a um alternador,produzindo energia eléctrica. Tratando-se de um circuito fechado - que pode ser colocado em terra ou em mar -, o processo repete-se após o arrefecimentodosistema.

Premiado com a "Melhor Ideia Inovadora "pelo IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento), no âmbito do projecto FIVE - Fomento da Inovação e Valorização Empresarial, Pedro Ponte tem em vista três mercados.A produção para injecção na rede pública, para redes privadas,tais como hotéis,condomínios fechados, empresas com preocupações ambientais, infra-estruturas municipais, entre outras. Um terceiro mercado destina-se à produção para consumo local, como residências.

Segundo o inovador, licenciado em Engenharia Naval pelo Instituto Superior Técnico e Pós-graduado pelo ISEG,o projecto implica um investimento inicial de 75 mil euros para criar os primeiros módulos. Já estão estabelecidos pré-acor- dos com metalomecânicas nacionais e com algumas autarquias, da zona Sul, para cooperar na cedência de espaços,na construção dos módulos e na sua fu- tura instalação. Está calendarizado um ciclo de implementação nacional,segui- do de um de expansão internacional para o Brasil,Angola e Austrália.

sábado, dezembro 13, 2003

Metros Ligeiros e Eléctricos Poupam Energia

A indústria ferroviária desenvolveu uma tecnologia que permite aos metros ligeiros armazenar a energia eléctrica que produzem no sistema de frenagem de modo a reutilizá-la no arranque, reduzindo deste modo o consumo de energia utilizada em cerca de 30%.

No futuro os eléctricos poderão circular durante centenas de metros sem precisarem da catenária (cabo de alta tensão ao qual os veículos estão ligados através de um pantógrafo), o que é particularmente vantajoso quando há quebras de corrente pois, deste modo, a composição poderá prosseguir até à próxima paragem.

A maior vantagem é, porém, a possibilidade de os núcleos históricos não serem adulterados com a implantação de postes e catenárias que coexistem mal com a riqueza histórica e artística das pedras, muralhas ou fachadas de edifícios desses centros. É precisamente nesses locais que as autoridades costumam vedar ruas ao trânsito, permitindo, em alternativa, a passagem de transportes públicos não poluentes com é o caso dos veículos ferroviários urbanos. Estes já não eram poluidores porque não emitem gases tóxicos, mas agora podem vir a ser mais amigos das cidades e dos seus habitantes ao poder circular sem ter fios por cima.

A nova tecnologia foi desenvolvida pela Bombardier Transportation, em colaboração com a MVV Verkehr AG, de Mannheim, que equipou naquela cidade um veículo de metro ligeiro com este sistema a título experimental.

Contrariamente aos actuais sistemas de armazenamento de energia mecânicos, o Mitrac - como é designado o invento - funciona em bases puramente eléctricas. Cada unidade de poupança de energia é formada por várias centenas de células ligadas entre si, acumulando energia suficiente para permitir que um metro ligeiro, equipado com duas unidades, possa percorrer uma distância de mil metros com o pantógrafo desligado a uma velocidade elevada.

A produção de energia eléctrica durante a frenagem (os comboios têm freios e não travões, por isso frenam em vez de travar) é comparável à da luz gerada pelo dínamo colocado no pneu de uma bicicleta. Quando os veículos ferroviários frenam produzem energia eléctrica que é devolvida à catenária, podendo ou não o operador ter um sistema de conta corrente com o fornecedor de electricidade que contabilize essas reduções. Por exemplo, na Suiça as locomotivas têm um contador de corrente que regista a electricidade por elas gerada e que será facturada à empresa fornecedora de energia.

Em Portugal a CP estima que em 2001 os seus comboios devolveram à catenária mais de 8,5 milhões de kwh, e no ano seguinte cerca de 11,2 milhões de kwh, mas o acerto de contas com a EDP tem-se revelado complexo não tendo ainda havido lugar a nenhum pagamento. Segundo a empresa, o valor da energia eléctrica por ela produzido em 2001 terá sido de 325 mil euros.

sábado, dezembro 06, 2003

Do lixo vai sair a luz

Uma nova unidade de valorização de resíduos orgânicos, ou seja, a injecção - já a partir da próxima semana - de energia eléctrica directamente na rede pública e a utilização do biogás como combustível na frota de recolha selectiva foram as principais novidades apresentadas ontem pelos responsáveis da Amarsul, durante uma viagem ao mundo dos despojos diários de 714 mil pessoas. O desafio permitiu conhecer o que acontece ao lixo produzido pelos nove concelhos da Margem Sul do Tejo e entender que, de facto, «nada se perde, tudo se transforma».

Dos ecopontos de recolha diferenciada e dos normais contentores, o lixo passa para as centrais de triagem, onde é escolhido e compactado, seguindo depois para a reciclagem ou outra valorização. É que, nem mesmo os enormes montes depositados em aterro estão perdidos para sempre, podendo contribuir para a redução dos gastos de energias não renováveis, como o petróleo.

A Amarsul, empresa multimunicipal que gere um dos maiores sistemas de gestão de resíduos do país, estipula como principais objectivos o reaproveitamento cada vez maior dos resíduos, quer na produção de energia ou de composto a utilizar na agricultura (a partir da degradação de lixos orgânicos), e também a reciclagem dos materiais para posterior utilização.

Com a entrada do município de Setúbal, o sistema «ganhou» uma central de compostagem que produz por ano cerca de 4800 toneladas de adubo natural e, «em 2004, vai iniciar-se o processo para uma nova central no Seixal», adiantou ao DN Miguel Roquete, administrador executivo da Amarsul. Nesta central, a digestão será anaeróbia, com a colocação dos resíduos em grandes reactores onde, na ausência de oxigénio, se fará a degradação e a transformação em composto, o que também origina biogás.

Ora, metade desta substância gasosa é gás metano que, pelas suas características caloríficas, pode ser transformado em energia. É precisamente isso que já acontece no Seixal, no primeiro sistema do género criado em Portugal, mas a partir das células seladas do aterro.

Enquanto se equaciona a utilização do biogás como combustível para a frota de recolha selectiva de resíduos, Luís Santos, responsável técnico da Amarsul, sublinha que «na semana passada foi feita a ligação e, na próxima semana, vai começar a introduzir-se energia eléctrica na rede nacional», que constituirá o destino de 90 por cento da produção, porque o restante será para consumo da própria instalação. Também no próximo ano, a Amarsul pretende criar idêntico sistema no outro aterro que possui, em Palmela. As previsões apontam para uma produção inicial o equivalente à electricidade gasta por 6 mil famílias.

Comunidade Portuguesa de Ambientalistas
Ring Owner: Poli Etileno  Site: Os Ambientalistas
Free Site Ring from Bravenet Free Site Ring from Bravenet Free Site Ring from Bravenet Free Site Ring from Bravenet Free Site Ring from Bravenet